Filhos do meu marido

Discussão em 'Arquivos antigos' iniciado por mariafernanda, 29 de Agosto de 2008.

  1. mariafernanda

    mariafernanda Em análise

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    1
    Estado:
    Brasília-DF
    Gostaria de uma ajuda profissional (Jurídica) para o caso que passo a expor:
    Conheci meu marido em 2005. Casamos-nos em 2007. Ele foi casado por 14 anos no seu primeiro casamento e essa união teve fim devido à morte de sua esposa. Eram muito felizes nessa relação e acredito que se Deus não tivesse levado sua esposa estariam juntos até hoje. Ela morreu de complicações oriundas de um câncer no útero. Isso faz uns 07 anos. Dessa união resultou em 03 filhos. Dois deles naturais, 01 adotivo. Hoje eles estão com 16, 12, 8 anos, respectivamente. Todos homens.
    Próximo à morte da sua esposa, meu marido perdeu totalmente o funcionamento de seus rins devido a diabetes. Fez hemodiálise por 07 anos e há 02 anos é transplantado renal.
    Na época que fazia hemodiálise conheceu na clínica onde realizava o procedimento, uma pessoa, se relacionaram e casaram.
    Ela ficou comovida com a vida dele (viúvo muito novo, com 03 filhos para criar, passando por dificuldades financeiras, com saúde debilitada, etc.), sem contar com todos os encantos, qualidades, excelente companhia.
    Na verdade ele casou sem amá-la, mas não a enganou. Ela casou ciente que ele iria tentar e se esforçar para fazer o sentimento nascer, crescer e florescer. Tentou, mas não conseguiu. E casamento sem amor sucumbe. Ficaram casados por 05 anos.
    Na época de convívio marital ele esteve quase à beira da morte e ela então adotou os filhos dele de papel passado (com o consentimento dele), tudo de forma correta, como determina a lei. Juridicamente falando, tudo na mais perfeita ordem.
    Hoje os filhos dele, têm em suas certidões de nascimento o nome dela como mãe deles. Tudo legalizado na forma da lei. Ela resolveu “abraçar” a causa e legalizar antes que um mal maior acontecesse. Ela quis dar segurança às crianças já que tem condições financeiras estáveis e favoráveis pra isso. Ela é aposentada da Petrobrás. Hoje ela tem 51 anos. Meu marido tem 37. E eu tenho 39.
    Na separação deles os meninos fizeram à opção de ficar com ela. Meu marido é um pai excelente e o vínculo “sangüíneo” falou mais forte. E de um a um fizeram à opção de ficar com o pai. Primeiro veio o mais velho, depois o do meio (que é o adotado) e depois o mais novo.
    Eu casei com meu marido inteiramente ciente das reais condições de saúde dele que não são nada favoráveis. O transplante não atendeu às expectativas médicas e ele pode vir a perder o rim a qualquer hora e voltar para a hemodiálise.
    Mas o seu problema de saúde não “falou” mais forte na minha decisão de casar com ele, muito menos falta de opção, e sim a pessoa magnânima que é, com qualidades ímpares, um lutador e vencedor invejável.
    O tempo que durar (e que se Deus quiser será um longo tempo) terá valido à pena. O amo incondicionalmente. E sei que ele também tem um sentimento recíproco ao meu.
    Da mesma forma que casei sabendo das reais condições de saúde do meu marido ele também casou sabendo que NUNCA quis ser mãe e que não tenho mil amores por crianças.
    Não tenho nenhum tipo de afeição pelos filhos do meu marido. Mas cuido de tudo que os faz crescer dignamente. Faço a minha parte: alimento-os, forneço roupa lavada, limpa, cheirosa; casa limpa, organizada; estudo e educação; regras e limites para crescerem homens honestos, descentes, íntegros. Não sou mãe amorosa, reconheço que sou mais uma “governanta” pra eles, ensinando e dando ordens e limites do que é permitido, ou não.
    Aceitei as crianças na minha casa em amor ao meu marido, nada além disso.
    A mãe adotiva deles, porque viu a relação chegar ao fim, e ver que os filhos fizeram a opção de ficar com o pai, agora não os quer mais de volta na sua casa, nem para passar as férias deles e deixou claro para cada um deles em “bom e sonoro som” que a opção deles não tinha volta.
    A educação que ela dispensou aos meninos deixou muito a desejar quando houve a separação e que as crianças ficaram sob sua responsabilidade e por isso não houve alternativa para meu marido que abraçar a causa e trazê-los para perto.
    Afinal, ele é o verdadeiro pai. Fazendo muitas vezes o papel de mãe. E jamais, em momento algum viraria as costas para qualquer um de seus filhos, em momento algum da vida deles. Ainda mais com eles pedindo pra vir. Sua ex-esposa e nós moramos em estados distintos.
    Bom, contei tudo isso porque algo me aflige TODOS OS DIAS: Se algo acontecer com meu marido, se ele vier a falecer, tenho obrigação jurídica de ficar com os filhos dele???
    Terei que recorrer à justiça para fazer que a mãe adotiva assuma as responsabilidades adquiridas quando optou por adotá-los?
    As crianças têm avós maternos, vivos, gozando os dois de saúde física e mental.
    Quem deve ficar com a guarda das crianças?
    Desculpe se parece “monstruoso” minha solicitação. Mas o que devo fazer para acercar-me da minha opção de não querer ficar com eles, afinal não tenho condições emocionais, psicológicas para assumir uma tarefa árdua como essa.
    Desculpe pela franqueza, mas na minha concepção ter filhos é um desequilíbrio quando analiso os Custos / Benefícios.
    E como eles já tiveram perdas consideráveis na vida e perdas duras mesmo com a pouca idade que eles têm, por isso, não quero mais sofrimentos penosos a eles, mas também não quero uma carga pesada de responsabilidade que também não é minha.
    Mantenho-me “distante” deles com receio de criar laços de sentimentos deles comigo e a emoção falar mais forte que a razão caso tenha que “devolve-los” a quem de direito caso aconteça algo com o pai deles. Talvez resuma meus receios ao dizer uma fase célebre do Pequeno Príncipe: “Tu te tornas extremamente responsável por aquilo que cativas” (Saint Exupéry)
    Acabei de fazer um ano de casada e estou perdida em meio à tamanha turbulência. Por favor, pelo amor de Deus, me forneçam uma “luz no fim do túnel”. Estou em meio a um mar revolto, sem leme, sem direção.
    Jair Santa Ritta curtiu isso.
  2. bladoborges

    bladoborges Membro Pleno

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    Masculino
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    São Paulo
    Sinceramente...

    Preferiri não ter lido o seu post.

    Tentarei esquecer o que li.

    A mesma relação custo x benefício aplicarei agora, uma pessoa se dispõe a estudar 5 árduos anos, depois fazer uma prova para poder advogar, sem contar nos demais anos de especialização, para ter que ajudar de formar gratuita, uma pessoa que vive fazendo relação custoxbenefício, e que não parece ter bondade em seu coração?

    i dont think so....


    Boa sorte e contrate um advogado.
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