Lembranças de Um Espelho As vezes quando olho pela janela da minha vida, Enxergo apenas paisagens... Paisagens destruídas. Às vezes quando me pego olhando pela janela da minha vida Enxergo apenas o céu tocando o horizonte Um céu negro com florestas destruídas. Mas isso acontece só às vezes. No restante majoritário, quando me pego olhando pela janela da minha vida, Fico cego. Sem paixão. E sem amor não enxergo. Às vezes quando perco oportunidades A vida dá-me um tapa na fuça, Sangra o meu nariz e faz escorrer lágrimas doces, Fazendo-me lembrar de salgadas lembranças. Esqueço de esquecer e lembro-me das derrotas Lembro de uma vida que não era minha, Mas, eu vivia do mesmo jeito, Pois, não tinha outro jeito. Na velhice, lembro-me de todos os meus anos Em apenas um flash de milésimo de segundo, São lembranças que me fazem esquecer para lembrar-me o que me tornei. Não é triste, tampouco se faz alegre. Não é. Não sou. Não fui. É como uma peste que ataca minhas alegrias, É como um sorriso amarelo, Que azeda o meu dia. Não é nada e é tudo ao mesmo tempo, São meus dedos em movimento, Sou eu voando conforme o vento, Lembranças que me fazem lembrar um passado esquecido, Mas que na verdade, bem lá no fundo, apenas estava escondido. Não eram sonhos, e nem eram pesadelos, Era a minha vida Refletida no anverso do espelho.