O Silêncio De Guilherme

Todos caíram de pau em cima do Guilherme de Pádua após a entrevista no Ratinho. Muitos comentários no YouTube são inclusive recheados de palavrões e xingamentos contra ele. O apresentador ficou fulo porque o entrevistado estava aparentemente enrolando e não respondia à pergunta: “por que você matou a Daniela?”

Mas eu entendi perfeitamente a postura do Guilherme. E estou convicto quanto aos motivos dele para não falar nada. Quem quiser assistir, clique no link abaixo:

http://www.youtube.com/watch?v=7MerqJ2h0Sk&feature=related
(esse é o endereço da última parte da entrevista)

Por enquanto não darei minha opinião sobre o silêncio aparentemente desrespeitoso do Guilherme. Se um debate se iniciar neste tópico, aí sim a exporei. E podemos até discutir se seria crime ele quebrar esse silêncio.

[font="'Book Antiqua"]Provavelmente serei ignorada mais uma vez, mas lá vai.[/font]
[font="'Book Antiqua"]Eu não entendo porque o Ratinho insistiu que ele não respondia - falou 4 vezes que estava proibido de falar. E tentou explicar quem proibia. Ele não ficou quieto, não houve silêncio desrespeitoso. Não pode falar e pronto. "Ah, mas você veio falar". Ele disse "eu ia falar. Mas avisaram que eu não podia."[/font]
[font="'Book Antiqua"]Não sei se a proibição existe de fato - eu detesto Penal - mas mesmo que não existisse, seria extremamente desrespeitoso abrir a boca, explorando a memória da morta e reabrindo as feridas dos familiares que restaram. O silêncio, a meu ver, mostrou até ética da parte dele. Se falasse, talvez trouxesse fatos novos ou até dissesse algo que denegrisse a imagem da moça que morreu. Isso não seria bom pra ninguém.[/font]
[font="'Book Antiqua"]Sinceramente, não sei por que programas e atrações como esta existem. E não entendo por que tem gente que dá Ibope pra isso.[/font]

Eu sempre "ganho" pontos na carteira quando invado o sinal vermelho, mas nunca um guarda de trânsito parou para me parabenizar por ter parado o carro para uma alguém atravessar a rua fora da faixa de pedestres.

Ou seja, somos condenados pelos nossos erros. Assim, Guilherme de Pádua sofreu e sempre sofrerá o estigma por um erro na sua vida, um erro de um instante. Mesmo que sua vida perdure por um século, uma má idéia e uma má conduta marcará para sempre seu caminho.

Imagino a dor que a família da de cujus sente. Mas a pena não pode ter caráter perpétuo. Ele errou, foi julgado, condenado e a sua pena foi (ou está sendo) executada. Sinto um desrespeito a condenação social imposta pela mídia, pela sociedade, contra aqueles que praticaram crimes, erraram, e agora tentam seguir adiante com suas vidas. Como respondeu o Ratinho no tal do Twiter: "Estou apenas fazendo o que o Governo nos estimula: dar oportunidade para aqueles que cumpriram suas penas e agora estão soltos" (não são as palavras exatas, mas o sentido é basicamente este).

Desde o tempo de faculdade, sempre tive uma preocupação com aqueles que respondem o processo, que são julgados, tem sua liberdade e/ou seu patrimônio na responsabilidade de ser julgado por um terceiro, por um juiz, um estranho. Sem contar o medo da lei, a ignorância e seus reflexos. As noites de sono perdidas e o sofrimento psicológico. Imagino, depois da prisão, Graciliano Ramos escreveu Memórias do Cárcere e todos os seus livros passaram a ter um capítulo todo dedicado a cadeia (Fabiano de Vidas Secas que o diga, ele é uma expressão de um quase-Quasímodo em um processo kafkaniano - leia-se: angústia), já Guilherme de Pádua externa o silêncio.

Não assisti a tal da entrevista, mas vejo tudo isto como um Show dos Horrores midiático, em que se violenta a lembrança de uma vítima, a dor de uma família, a paga que o criminoso ofereceu à sociedade e a paz desta sua nova família. Tudo isto em nome da audiência, dos anunciantes e dos recursos provenientes da publicidade. Ainda existem gladiadores que oferecem suas vidas nas arenas televisivas.

Já que o assunto envolve "oportunidades" para quem errou (leia-se cometeu crime), vou deixar um comentário sobre aquela campanha da CNJ dizendo que o ex detento precisa (e mereçe) uma nova chance.

A entendo como a aplicação daquela máxima "faça o que eu digo, não faça o que eu faço". Qualquer um que já prestou concurso público sabe
que é preciso ter bons antecedentes para a carreira pública, aí vem a CNJ dizendo pra darmos uma segunda chance (para as carreiras "top de linha" você precisa ter até uma "carta de recomendação" de uma autoridade pública).

Eu, sinceramente, não deixaria minha filha com uma babá que já tivesse sido condenada por maus tratos (na verdade eu não deixaria minha filha com uma pessoa que fosse "suspeita" de maus tratos). Não entregaria a contabilidade de minha empresa para alguém que já foi condenado por roubo, e não continuaria casada com alguém que tivesse me traído (o duro é descobrir isso, né?rs).

Acho muito fácil acreditar em "uma nova chance" se não é diretamente para você que estão pedindo, ou se não é você quem dará essa nova chance.

Acredito que todas as pessoas são capazes de matar, roubar/furtar ou enganar, depende apenas da situação. Eu não "condeno" o crime em si (dependendo de uma situação extrema eu também o cometeria), mas entendo que porque todos somos livres para escolher, então também devemos suportar o ônus dessas escolhas e as erradas sempre serão as lembradas.

Alguém diz : "Eu nunca mataria" , eu pergunto: "Nem para salvar seu filho ou sua própria vida ?"
"Eu nunca furtaria/roubaria", eu pergunto: "Nem se seu filho/você estivesse morrendo de fome e sem outra opção?"
"Eu nunca enganaria alguém". Pergunto: " Nem aquela mentirinha inofensiva, como aquela desculpa por ter chegado atrasado a um compromisso importante?"

O "crime/falha" sempre é mais brando quando não nos afeta diretamente, e sempre será perdoável quando somos os que falham.

Para resumir: Na minha opinião o Guilherme matou e pronto. O Ratinho fez sua parte (captou audiência e fez circo). Simples assim ! Não acredito em uma versão mirabolante (daquelas parecidas com o sumiço do Ulysses Guimarães ou do Elvis). Como já disse Sartre: "o inferno são os outros".

todos os direitos fundamentais podem ser relativizados, isso está na CF/88!
Direito a vida também está

???

Por mais que tentem demonstrar as melhoras que obtiveram após o cumprimento da pena, pessoas como Guilherme de Pádua, Suzane von Richtofen e mais recentemente Alexandre Nardoni e Ana Carolina Jatobá, dificilmente deixarão de serem taxadas como "assassinos" ou "psicopatas", isto porque a mídia as condenou, muito antes do que o Tribunal do Júri.

Em uma tentativa de "melhorar" sua imagem, Guilherme se expôs em um programa sensacionalista, correndo o risco de sofrer outra retaliação (e porque não condenação) por parte dos cidadãos que assistiram o programa. Eu não tomaria esta atitude se estivesse na pele dele, até porque a sua imagem sempre será relacionada ao assassino que matou Daniella Perez a tesouradas em meados dos anos 90. Contudo, Guilherme de Pádua utilizou a exposição no "Programa do Ratinho" da melhor maneira que poderia, silenciando quanto ao crime que cometeu e tentando demonstrar os avanços que teve em sua vida.

Eu sou um pouco mais velho que o Guilherme e acompanhei o caso pela mídia desde o início. Nunca duvidei que ele fosse autor ou coautor no crime, ocorrido no finalzinho de 1992. Mas sempre senti a presença de “forças ocultas” obrigando-o a uma torção dos fatos. E a mensagem que o Guilherme parecia querer passar no programa do Ratinho era justamente essa: “fiz uma tremenda besteira, mas não sou o psicopata que imaginam. Os fatos não se deram conforme exposto pela mídia e no Tribunal do Júri. As pessoas precisam conhecer a verdade, pois assim poderão ter a chance de me compreender e de me perdoar, até porque estou arrependido e paguei pelo meu erro. Mas as ‘forças ocultas’ continuam a atuar”.

Eu até compreendo que os parentes da Daniela não queiram perdoá-lo. Basta nos imaginarmos na posição da mãe, do marido, etc. para entendermos a postura deles. Mas a sociedade de forma geral deveria tentar ver as coisas de forma menos intransigente.

Se eu, um simples anônimo, estou cheio de dedos para expor meu pensamento (que talvez não tenha ficado muito claro), imagine a sensação do Guilherme falando em rede nacional após ter sido expressamente ameaçado. Não é de se estranhar que ele a toda hora enunciasse algo como: “Ratinho, você vai me tirar da cadeia se eu contar os motivos que me levaram a matá-la e a verdade sobre os fatos ocorridos antes e durante o crime?”

Confesso que estou extremamente curioso.

Rs... eu até tentei ser "discreta", mas também estou morrendo de curiosidade... vamos começar uma campanha "conta tudo, Iron" ?!

Diversos acontecimentos de relevância nacional e internacional possuem versões muito diferentes das oficiais. Alguns são mais crédulos quanto a conspirações, manipulações torpes, etc.; outros não. Eu tenho uma certa inclinação a, dependendo do caso, pender para o primeiro grupo. Quem matou Kennedy, Lennon, Luther King, entre outros? Teriam sido lunáticos (tese fraquinha essa, hein!?) ou uma certa agência de informações? Tancredo morreu doente ou foi assassinado? Certo político paulista, “honestíssimo” por sinal , foi acusado de ter sido o mandante e entrou com uma ação contra o acusador. E a morte de Juscelino? Aquilo foi mesmo um acidente? Saindo da área política, o que dizer por exemplo do Caso Lessin? O acusado milionário, envolvido com o tráfico, foi morto fora do Brasil antes de ser levado a julgamento.

Eu poderia passar o dia elencando casos famosos e ventilando suas versões nem tanto. Mas não é preciso fazer isso para mostrar algo óbvio: sempre que homicídios (e outros crimes) ganham muita publicidade e envolvem Governos (democráticos ou ditatoriais), grandes corporações (de atividades lícitas ou não) ou outras fontes de grande poder, a verdade é deturpada ao se mostrar “inconveniente”. Só não vê quem é muito ingênuo.

E quem pode elucidar a verdade costuma dar uma de Sinhozinho Malta (seja por interesse, seja por pressão). Lembram como ele saía pela tangente em situações comprometedoras? Após o tilintar de cobra cascavel produzido pelo balançar das pulseiras, o coronel costumava dizer: “Não sei de nada, não me digue nada” (ler com forte sotaque nordestino-global).

Obs. muito importante:
que fique claro: odeio novelas. Mas sou fã incondicional de Escrava Isaura, Roque Santeiro e Sinhá Moça (assisti a todas essas novelas em suas primeiras exibições e nas respectivas reapresentações. Em 1993, época da reprise da primeira versão de Sinhá Moça, eu só marcava compromissos vespertinos, profissionais ou não, após o “Vale A Pena Ver De Novo”. E ai de quem me ligasse durante a exibição dos capítulos. Minha namorada não ousava ligar, pois essa infâmia era caso de rompimento :lol: ).

Pare com isso, Iron, conte logo "quem matou" Daniela Perez....rs...
(está faltando pouco para eu ter um chilique igual ao daquela que foi sem nunca ter sido...rs)

Então, Iron Law: foi a CIA, a ABIn, a CSN, a KGB, a Gestapo, o MOSSAD ou o MI16 que está por detrás do crime cometido por Guilherme de Pádua? E não vale responder como ele e dizer que está proibido de falar...


Cordialmente,

Afinal, quem matou Odete Roitman?????

Há a possibilidade de no momento do crime ele estar possuído por alguma entidade paranormal.
São amplas as possibilidades. Um leque de opções.
Hehehe!

Não há dúvidas sobre a autoria do crime: Guilherme de Pádua e Paula Thomaz assassinaram Daniela. As perguntas que restam ser respondidas são: em que circunstâncias o crime foi praticado? Qual a responsabilidade da própria vítima? A quem interessa esconder esses detalhes e por quê?

Guilherme de Pádua vem sendo impedido de contar sua versão desde o começo (assistam a antigas entrevistas no YouTube). O livro “A História Que O Brasil Desconhece”, escrito pelos condenados, teve sua publicação proibida. Por quê?

Quem quiser, leia esse site:
http://mv-brasil.org.br/artigos_entrev_romero.htm

Uma coisa é certa: os conspiradores adoram quando seus rivais são pintados de loucos pelo grande público.

Isso eu já vi acontecer com um juiz.

Fernando,
se lhe interessar, leia o seguinte artigo:
http://jus2.uol.com.br/doutrina/texto.asp?id=8941

Putz...eu era criança e morria de medo dessa série...e daquela música da novela Roque Santeiro também!