Homossexual Impedido De Comungar Na Igreja Católica

Discussão em 'Direito Constitucional' iniciado por Renan, 02 de Setembro de 2009.

  1. Kamilly

    Kamilly Kamilly Cordeiro

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    nao é a gramatica, baby!
    até pq nao me importo com isso sou daqueles que desprezam esta casca, o importante é a mensagem como diz o cumpade Wittgenstein.
    Nem estou de acordo com a lógica to be do amigo aí de cima, o importante é o que a expressão nos leva a refletir, na igreja, no protíbulo, na boate gay, na escola, em casa, o homossexual tem direito a ser o que quer ser.
    Eu sou atéia e eu por mim sairia de um lugar que me discriminam e eu desprezo o cristianismo como doutrina, sou bissexual e não vou tomar hóstia por ser cética. Mas, é uma questão de EMPATIA, eu se me sentisse católico e concordasse com os dogmas da igreja gostaria de tomar hóstia e de ser tido como digno de estar lá dentro.
    Acho que ele tem todo o direito sim tomar hóstia se sentindo católico, e querendo permanecer na Igreja.
    Esse negócio de "os incomodados se retirem" é meio sem lógica. Uma pessoa me chama de negra p. ex. na sua loja e eu como estou incomodada que eu me retire?
    Só porque na Constituição não prevê igualdade de gênero expressamente também não é desculpa isso é ser muito legalista e não ver os princípios como o da igualdade, ou da dignidade humana. Além do que temos Pactos de direito internacional com status de emenda constitucional que falam expressamente disso como o Pacto de San Jose.
  2. JUS EST ARS

    JUS EST ARS Em análise

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    Em um mundo ideal, todos dariam as mãos e seriam felizes, não importando a religião, sexo, cor, idioma etc. Porém o Direito existe justamente porque não é isso que se vê na vida real, há necessidade de se regular conflitos.


    Não tenho argumentos outros a lhe lançar que não seja repisar o que já disse:



    Vou citar trecho de artigo de LUIZ FLÁVIO GOMES, intitulado "Aborto Anencefálico - Direito Não é Religião":

    Não se pode confundir Direito com religião. Direito é Direito, religião é religião (como bem sublinhou o Iluminismo). Ciência é ciência, crença é crença. Razão é razão, tradição é tradição. Delito é delito, pecado é pecado (Beccaria). A religião não pode contaminar o Direito. As crenças não podem ditar regras superiores à ciência. Do Renascimento até o Iluminismo, de Erasmo a Rousseau, consolidou-se (entre os séculos XVII e XIX) a absoluta separação das instituições do Estado frente às tradições religiosas. O Estado tornou-se laico (ou secular). A Justiça e o Direito, desse modo, também são seculares (laicos).
    Fonte: http://jus2.uol.com.br/doutrina/texto.asp?id=11752

    A intervenção da Igreja no Estado é chamada de Teocracia. Veja a definição da wikipedia:

    Teocracia é o sistema de governo em que as ações política, jurídica e policial são submetidas às normas de alguma religião. O poder teocrático pode ser exercido direta ou indiretamente pelos clérigos de uma religião [1]: os governantes, juízes e demais autoridades podem ser os próprios líderes religiosos (tal como foi Justiniano) ou podem ser cidadãos leigos submetidos ao controle dos clérigos (como ocorre atualmente no IrãIrã, onde os chefes de governo, estado e poder judiciário estão submetidos ao Aiatolá e ao conselho dos clérigos). Sua forma corrupta é também denominada clerocracia.
    Exemplos atuais de regimes desse tipo são o Vaticano, regido pela Igreja Católica e tendo como chefe-de-Estado um sacerdote (o Papa), e o Irã, que é controlado pelos Aiatolás, líderes religiosos islâmicos, desde a Revolução Islâmica em 1979.

    Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Teocracia

    A intervenção do Estado na Igreja é chamada de Cesaropapismo:

    Cesaropapismo foi um sistema de relações entre a Igreja e o Estado em que ao chefe de Estado cabia a competência de regular a doutrina, a disciplina e a organização da sociedade cristã, exercendo poderes tradicionalmente reservados a suprema autoridade religiosa, unificando tendencialmente as funções imperiais e pontificiais em sua pessoa. Daí decorre o traço característico do cesaropapismo que é a subordinação da Igreja ao Estado que chegou a atingir as vezes formas tão extremas que levou a Igreja a adotar cânones proibindo o estado de exercer poder eclesiástico, isso no âmbito doutrinal da Igreja.
    A ideologia do cesaropapismo se assenta na idéia imperial política bizantina de querer usurpar a autoridade conciliar e o poder papal sobre a Igreja, na qual a política secular e religião são entidades indissolúveis em que o sagrado é parte do temporal, de que o Imperador ("chefe de Estado") é chefe da Igreja.
    Esse fenômeno é tipicamente cristão, dado que o evangelho distingue política de religião, não se aplicando a outras civilizações como a islâmica, chinesa, indiana, japonesa em que no passado e/ou no presente nunca houve tal distinção. O cesaropapismo somente existiu em ambientes históricos em que havia o Império e a Igreja em cena, e após o século XVI nos países protestantes.

    Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Cesaropapismo

    A separação e não-intervenção entre Igreja e Estado é chamada de Laicismo:

    O laicismo é uma doutrina filosófica que defende e promove a separação do Estado das igrejas e comunidades religiosas, assim como a neutralidade do Estado em matéria religiosa. Não deve ser confundida com o ateísmo de Estado.
    Os valores primaciais do laicismo são a liberdade de consciência, a igualdade entre cidadãos em matéria religiosa, e a origem humana e democraticamente estabelecida das leis do Estado.
    Esta corrente surge a partir dos abusos que foram cometidos pela intromissão de correntes religiosas na política das nações e nas Universidades pós-medievais. A afirmação de Max Weber de que "Deus é um tipo ideal criado pelo próprio homem", demonstra a ânsia por deixar de lado a forte influência religiosa percebida na idade média, em busca do fortalecimento de um Estado laico. O laicismo teve seu auge no fim do século XIX e no início do século XX.

    Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Laicismo


    O Brasil é um Estado laico. Há separação e não intervenção entre Igreja e Estado e vice-versa. Assim, impossível um bispo assinar um mandado de prisão, ou um juiz obrigar um padre a mudar sua liturgia.

    A liturgia católica exclui os homossexuais da comunhão. Nenhum juiz poderá acolher a pretensão de um homossexual para obrigar um padre a mudar o ritual católico por conta da opinião Estatal sobre tal ato. O Estado é laico, o que significa se afastar de questões religiosas, e respeitar os dogmas das religiões. Mesmo dogmas imbecis como esse.
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  3. Kamilly

    Kamilly Kamilly Cordeiro

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    corrigindo

    nofaaa nao sabia de td isso?

    mas agora com a ironia mode off o Direito luta contra o status quo, ele tem uma Deontologia. E o que deveria ser seria uma sociedade que abraçasse os homossexuais em qualquer situação/lugar. Esse dia pode chegar quando as pessoas forem menos egocêntricas e não deixar de omitir os fatos e achar que 'os incomodados é que se retirem'. O que é ideal pode se concretizar, como um castelo foi antes uma planta, para depois virar um castelo, como Beccaria idealizou um sistema prisional sem suplícios, para depois se tornar o sistema prisional hodierno, ou como respeitar o negro no Brasil colônia era uma coisa fora de cogitação, hoje é uma obrigação, um dever moral e jurídico, sob pena de cadeia por crime inafiançavel.
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  4. tiagod

    tiagod Membro Pleno

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    No meu entender, nesse caso a Igreja estaria violando direitos fundamentais enunciados na CF, como o inciso VI do art. 5º, que estabelce ser inviolável a liberdade de consciência e de crença. Atente-se também, para o que consta no artigo XVIII da Declaração Universal dos Direitos Humanos:
    Toda pessoa tem direito à liberdade de pensamento, consciência e religião; este direito inclui a liberdade de mudar de religião ou crença e a liberdade de manifestar essa religião ou crença, pelo ensino, pela prática, pelo culto e pela observância, isolada ou coletivamente, em público ou em particular.
    Agora, como o Estado Brasileiro não intervém na Igreja, realmente não sei se se pode exigir do Estado que ele obrigue a mesma a aceitar um homossexual.
  5. Palatinus

    Palatinus Em análise

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    Interpretação ruim a sua einh?


    Toda pessoa tem direito à liberdade de pensamento, consciência e religião; este direito inclui a liberdade de mudar de religião ou crença e a liberdade de manifestar essa religião ou crença, pelo ensino, pela prática, pelo culto e pela observância, isolada ou coletivamente, em público ou em particular.


    Isso não significa que o Católico tem que mudar sua manifestação de religião, sua prática e as regras do seu culto para abranger a liberdade de pensamento, consciência e religião dos outros.
    Se você assim a Igreja seria obrigada a fazer macumba nos altares, se assim entendesse um macumbeiro que sua liberdade religiosa assim exigisse.


    O que eu entendo é que existe uma rixa cultural, e uma perseguição da Igreja, temos Ateus e protestantes em uma jornada contra a Igreja, e os ateus agora começaram com uma mania louca de usar o aparato jurídico como forma de retaliação.

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  6. tiagod

    tiagod Membro Pleno

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    Digo o mesmo da sua...
  7. A. Decio R. Guerreiro

    A. Decio R. Guerreiro Membro Pleno

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    COLEGAS

    Confesso que não ia me manifestar neste tópico uma vez que tudo o que ja se falou, na minha opinião, não levou a lugar algum. Outro dia em trabalho no forum de Guarulhos li uma citação fixada na parede que me chamou muito a atenção a acho que cabe bem aqui. Diz o seguinte: "Todos os ventos são favoráveis quando se sabe para onde vai". Nessa discussão acho que niguém sabe para onde quer ir.
    Na minha modesta opinião de católico praticante, desde criancinha (e olhem que ja faz tempo) o Direito canônico que determina as regras de como se deve professar a religião (aliás a única religião que tem dois tipos de fieis é a católica, ou seja, os praticantes e os não praticantes) tem suas regras as quais devem ser respeitadas. Vamos a elas:
    A comunhão para nós católicos representa a simbologia do corpo e do sangue de Cristo que nos redimiu dos pecados com sua imolação na cruz. A nossa missa católica, é um culto à passagem de Jesus Cristo na terra para esse fim, ou seja, promover a nova aliança, ja que a anterior guardada na arca os judeus haviam deturpado, e salvar a humanidade trazendo-a para o lado do bem.
    Desta forma, para que possamos participar dessa ceia (por isso a comunhão é tomada pela boca e não uma simples benção) é necessário que o católico esteja naquilo que chamamos "estado de graça", ou seja, sem pecado. Por isso sendo educado na religião católica nos ritos antigos (em latim) nós éramos impelidos a confessar nossos pecados antes de tomar qualquer comunhão, ou mesmo antes de qualquer ato sacramental, crisma, casamento, unção dos enfermos etc..
    Ora, o adultério, a sodomia, o homosexualismo e outros comportamentos eram condenados tanto no antigo testamento quando no novo.
    Sendo a Igreja Católica uma das instituições mais antigas do mundo (tem mais de 2.000 anos) e seguindo ainda dogmas determinados pelo Filho de Deus feito homem, tudo o que foi dito por Ele ainda deve ser seguido. Ocorre que desde Martinho Lutero com o início do protestantismo pela revolta da grande "noite negra do catolicismo" onde o descontrole e a ambição tomaram conta de seus dirigentes, inclusive os papas, os cristãos começaram a entender que poderiam criar seus próprios dógmas e regras, por isso essa confusão toda e a quantidade de religiões, cada uma com sua interpretação.
    Desta forma, o caso em tela, na minha interpretação e minha fé, o cidadão que não tomou a comunhão estava em pecado e não tinha sido perdoado uma vez que ele não se confessou. É a Lei da Igreja, para se comungar deve-se estar em estado de graça. Se ele tivesse confessado e se arrependido e buscado não pecar mais, como disse Jesus Cristo à mulher adúltera, teria o direito à comunhão.
    Portanto Senhores, o padre está certo ao negar a comunhão ao cidadão, assim como ele negaria a comunhão a mim se me soubesse adultero ou mesmo homosexual. De acordo com a Bílbia isso é um pecado ja do antigo testamento. Lembremos Sodoma e Gomorra. Concluindo, Não é a Constituição, ou as Lei terrenas que regem a religião e sim seus dogmas, sejam as religiões quais forem. Deixemos de "viajar na maionese" e abracemos aquilo que acreditamos. Hoje o critianismo é composto por uma infinidade de religiões. A Liberdade do ser humano está no livre arbítrio daquilo em que ela acredita. Como diz o pastor (padre) da minha igreja, voce vai de São Paulo ao Rio de Janeiro da forma que escolher, de ônibus, de avião, a pé, assim como "vai ao ceu" ou à salvação, se acredita nela, pela religião que mais lhe convier.
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  8. Ribeiro Júnior

    Ribeiro Júnior Membro Pleno

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    Pelo que eu lembro, Henrique VIII, quando insatisfeito com a Igreja Católica, fundou a Igreja Anglicana. Nas aulas de história, esta situação sempre esteve bem clara para mim. Realmente, não entendo o porque desta ânsia intervencionista.

    Parabéns ao Colega Décio Guerreiro pela sua explanação, apesar do forte conteúdo religioso.


    Cordialmente,
  9. Janabp

    Janabp Em análise

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    Que assunto polêmico...
    Mas isso é bom pois traz diversos pontos de vista e discussões árduas [​IMG] .
    Na minha opinião, a partir do momento que o indivíduo faz sua escolha doutrinária, ele também escolhe seus dogmas. É bem verdade que muitos não ficam bitolados a uma única corrente e acabam simpatizando com outras ou até mesmo mudando de religião.

    Essa mudança é a liberdade de escolhas. Somos livres para escolhar nossas crenças, e as crenças estão aí, manifestadas de várias maneiras abertas a receber quem estiver disposto a aceitá-las. Nada obrigado, pois cada um permanece até o momento que bem entender.

    Entendo cada religião como uma organização sedimentada nos ideiais e valores de seus fundadores. Os demais participantes são seguidores. A palavra é bem clara que significa segundo o dicionário Aurélio " 1. Que, ou aquele que segue.
    2. Perseguidor, acossador.
    3. Continuador, prosseguidor. "

    Nosso Estado democrático de Direito garante a livre manifestação de crenças e protege os cultos religiosos, bem como, resguarda o cidadão de descriminação.

    Mas vejamos a lógica: Se a Constituição garante a liberdade de instituição de dogmas, conforme os costumes, pois religião não pode fugir a questão cultural, vale ressaltar que o direito também se origina dos costumes; e o indíviduo tem a liberdade de escolha religiosa, porque então achar que é descriminação ser impedido de participar de algo que você já sabe que não pode?

    Brilhante as colocações de JUST, argumentos claros, apesar tbm que não se pode olvidar dos demais pontos de vista, muito bem defendidos (interessante a interpretação do SER e ESTAR).

    No caso religião parte primeiro do coletivo para chegar ao indivíduo. Viraria uma desordem cada um chegar e apresentar seu ponto de vista em pretensão dos demais, cada um eu digo no sentido de determinado grupo. Um grupo chegaria e imporia uma situação onde uma grande maioria deveria se sujeitar. Estou falando não apenas do fato em discussão, mas de outras situações que porventura desfavorecesse uma pessoa.

    Não estou dizendo aqui que deva haver descriminação, Deus me livre. Mas o homossexual pode participar de quase todos os atos, senão todos, pois acredito que muitos comunguem, pois homossexualidade não está escrito na testa de ninguém. Descriminação seria se a igreja impedisse a participação do homossexual dos seus cultos, o que não acontece, aliás com ninguém, diga-se de passagem.

    Não faço apologia ao catolicismo. Sou católica não praticante e simpatizante do espiritismo. Sempre fui livre para tais convicções. Posso entrar e sair de qualquer instituição na qual eu me enquadre desde que eu não impeça o desenrolar habitual dos cultos. Mesmo que eu me declare católica, espírita, evangélica, budista, teria acesso a qualquer uma dessas doutrinas para conhecimento e prática se assim me convir. Pode chegar o dia eu passar a não gostar, ótimo, tenho outras opções. Não vou pagar multa por sair nem tão pouco vou ser obrigada em me enquadrar em algum outro.

    Onde há descriminação nisso? Não consigo enxergar.

    Existem muitas coisas erradas em qualquer doutrina, pois são regidas por homens cheios de erros. Pode ser que um dia a igreja católica possa mudar seus conceitos em algumas restrições, e ótimo, esses que entendem como errado certas "proibições" são as molas que movem as mudanças sociais, mas até lá, acreditar que cabe cobrança de indenização por algo sabido por todos, não acredito que caiba.

    Abraços a todos.
  10. Janabp

    Janabp Em análise

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    Venho retificar o termo usado displicentemente e erroneamente pela minha pessoa, [​IMG] ao qual seria DISCRIMINAÇÃO que vem de estabelecer diferença, distinguir, e não DESCRIMINAÇÃO que vem de tirar a culpa, inocentar.
    Desculpas a todos mas só notei depois q li o tópico após o envio.
    Abraços.
  11. A. Decio R. Guerreiro

    A. Decio R. Guerreiro Membro Pleno

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    Sábia e interessante a posição da colega JANABP sobre o assunto em tela. Todavia gostaria de ponderar que a religião não pode ser tratada como um clube. Se simpatizante do espiritismo deve entender que a fé sempre vai de encontro ao que seria sobrenatural. A fé é baseada na esperança no imponderável humanamente. Daí muitas vezes o desencontro entre a fé e ciência.
    Um dia conversando com um amigo de infância que não via há muitos anos, contou-me ter participado de uma reunião espírita. Considerando que em nossa infância somente existiam tres religiões, ou seja, católico, protestante ou crente, e o espírita. Esse meu amigo era protestante. Perguntei-lhe então: "Voce não era crente? como foi a uma reunião espírita?" Ao que ele me respondeu "Decio eu sou brasileiro e quando o calo aperta buscamos todos os meios, inclusive religiões"
    Isto ocorre realmente quando não há segurança com a fé que se pratica ou mesmo quando a fé não é tão forte ou ainda quando se afasta da religião que abraçou.
    No meu ponto de vista (como disse no comentário anterior a religião católica é a única que tem dois tipos de seguidores: o praticante e o não praticante) quando o católico é "não praticante" fica vulnerável a mudar sua opinião sobre o assunto com muita facilidade. A prática leva a firmeza de fé e à participação efetiva dos ritos e dogmas leva à compreensão da fé e da mensagem original dada pela Bíblia e seus Evangelhos. Nós praticantes estamos numa campanha interessante de evangelização com a aplicação dos evangelhos em nossa atualidade. Não é imutável ou retrograda a posição do catolicismo à evolução da sociedade. O que ocorre, como fruto de um período de distanciamento da igreja de seus fiéis (quando nossos sacramentos eram todos praticados em latim) levou a criar a figura do católico "não pratidcante". Quando se questiona um católico sobre sua religião ele fala "sou católico mas não praticante" como se frequentar a Igreja fosse algo desconfortável. Na minha experiência de muitos anos tenho percebido que o católico que fica muito tempo sem praticar sua religião, tem receio de ser questionado sobre seus dogmas dos quais se encontra distante por não ter freqüência nos atos religiosos.
    Para muitos a participação na religião católica é apenas uma questão de "status", ou seja apenas uma questão de título.
    Desculpem mas me empolguei e fugi um pouco do tema original. Somente gostaria que a religião, seja ela qual for, não pode ser tratada ao bel prazer do ser humano. Não esqueçamos o Divino que vem das mensagens de Jesus Cristo, entendido por nós como o Filho de Deus feito homem para firmar a nova aliança.
    Devemos dar crédito ao homossexual que gerou toda esta discussão que, no meu entendimento, gerou também muita informação e pontos de vista os mais diversos. Fico à disposição dos colegas para dar novas opiniões, agora sobre o assunto religião.
  12. Janabp

    Janabp Em análise

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    Prazer Décio dialogar contigo, mesmo q seja sobre religião, rss, sei q vai ter muita gente q vai dizer q o assunto está escapando do objetivo, mas não tem como não ligar uma coisa a outra, ou seja, numa conversa a gente começa falando do tempo e acaba falando do governo, por exemplo. [​IMG]

    Bem, para ser mais clara ao me declarar católica não praticante, embora você tenha definido muito bem o teor do termo, pratico os atos firmados por dogmas católico, apesar de não estar tão ligadas a algumas práticas e não aceitar outras.

    Acredito na instituição católica, apesar dos escandalosos pesares, rsss; pois em todo âmbito existe os bons e os maus profissionais, seguidores, idealistas, etc; mas sempre fui aberta a conversar e entender qualquer outra doutrina, qualquer outra mesmo, não consigo enxergar diferença de objetivos pois todos levam a fé e a Deus.

    Falei q sou simpatizante do Espiritismo pq ainda não me aprofundei o suficiente na doutrina e nem tão pouco participo das reuniões, mas gostaria de ser, achei respostas coerentes para muita coisa.

    Acho interessante nos darmos oportunidades de estudar e conhecer outras doutrinas, pensamentos, não a título de procurar a religião ideal, a princípio, claro, mas como forma de conhecimento e instrução social e cultural.

    Os povos, a sociedade, se divide em grupos dogmáticos para buscar o mesmo fim, apesar de sermos naturalmente diversificados em todos os sentidos: orgânico, social, cultural, financeiro, psicológico, etc, etc...

    Seu amigo colocou a situação um pouquinho diversa da que eu entendo, no que concerne a troca e procura de amparo religioso conforme a necessidade e situação, prefiro dizer que a gente deve permanecer num seguimento dogmático até nos sentirmos felizes e confortáveis. Está faltando algo, então existem outras caminhos para se chegar a Deus, ao paraíso, a vida eterna, a ressurreição, a reencarnação, ou apenas a um fim absoluto e sem posteridade como pensam os ateus.

    Mas quando acreditamos em algo é importante sim defendermos e mostrarmos o ponto de vista. A vida é isso mesmo, coragem, disposição; é defender o nosso sem desfazer dos outros. O respeito é basilar na sociedade.

    Adoraria estender o assunto, me aprofundar, mas não quero fugir da proposta do site que é o espaço destinado aos debates jurídicos, mesmo sabendo que as mudanças partem de idéias e situaçães corriqueiras.

    Também concordo na relevância do assunto e do espaço do homossexualismo na sociedade.

    Abraços.
  13. Pensador

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    Nobres colegas,
    Com todo o respeito a todos os posts anteriores, deixo aqui apenas uma pequena nota de rodapé.

    Refere-se à igualdade, direito de professar livremente a religião e, creio que de todos os posts anteriores pode-se extrair duas vertentes em disputa: A de que a negativa da permissão em comungar é ou não é DISCRIMINAÇÃO.

    Separado o mote da discórdia, necessário é conceituar o termo. A pergunta seria então: O que é discriminação? Em que a resposta balizaria o entendimento acerca do comportamento do representante da Igreja Católica.

    "O que é" que funda nosso questionamento, não é apenas (como exemplo) perguntar o que é aquilo que vem lá longe, ao que se responde: um pássaro! É muito mais o sentido original grego "ti estin" que seria perguntar "o que é aquilo que vem lá longe, chamado pássaro?" Ultrapassamos assim a fronteira de dar um nome a algo que não conhecemos com exatidão.

    O que é isso que chamamos discriminação? A palavra discriminação por si só não tem um conceito perjorativo, seria nada mais do que separação segundo critérios, por exemplo, posso separar pássaros amarelos de pássaros azuis, sem que com isso amarelos sejam melhores do que azuis. Aqui temos a primeria das respostas à nossa pergunta: posso tranquilamente separar índios e brancos, índios e negros sem que tal se torne abominável (por exemplo para um censo).

    A discriminação tratada neste tópico então possui um "plus" que a torna abominável. É a discriminação cujo sentido seja de favorecer (ou prejudicar) uma das classes discriminadas; é a discriminação que traz prejuízos, a discriminação que além das diferenças visíveis, diga que não compartilhamos de uma igualdade "humana".

    Aí está a resposta a toda divergência: Em um lugar onde todos, por serem humanos podem frequentar, seria discriminatório proibir o acesso de homossexuais, mas não seria proibir o acesso de pássaros; mas seria discriminação um lugar que permite a entrada de todos os pássaros, proibir que você entre com o seu pássaro por ele ser azul. Porém, um festival de pássaros amarelos pode proibir a entrada de pássaros de outras cores.

    No caso aqui discutido, todos podem ter acesso às cerimônias da igreja católica? sim. Ele participou da cerimonia? sim.
    Todos são livres para comungar? não.
    No momento em que existem exigências claras e precisas para a comunhão não vejo aí discriminação. Vejam bem, a exigência é não estar em pecado, e não, não ser homossexual.

    Me parece, nesta breve nota, não haver discriminação na conduta do religioso.
    O acesso à religião é livre e para todos, mas ser católico não. É uma questão de optar em seguir seus fundamentos.
    Seria a mesma coisa que entrar num seminário católico e pretender ser ordenado padre sem o voto de castidade, alegando que os seres humanos são seres sexuados, e, pretender ingressar na justiça para que lhe seja permitido ser ordenado padre.
    Como já disse, é uma questão de opção, mesmo sendo sexuado, escolho abdicar desse meu direito para ser padre; mesmo sendo homossexual, escolho abdicar do exercício de relações homossexuais para integrar plenamente o catolicismo. Vejam bem, um homossexual (por nascimento, opção ou como a ciência venha a definir) não é proibido à plena integração no catolicismo, seria perfeitamente possível em voto de castidade (ou a prática de uma castidade).

    Abraços cordiais a todos,
  14. A. Decio R. Guerreiro

    A. Decio R. Guerreiro Membro Pleno

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    PENSADOR

    Boa Noite

    Acho que em minha explanação não me fiz entender adequadamente. Nem todos os fieis que participam da missa comungam ou pela sua consciência podem comungar. Embora a Igreja tenha liberado o diálogo pessoal com o sacerdote, muitos fiéis não se acham aptos a receber a comunhão por não se acharem devidamente preparados. O que deve ter acontecido com o caso em tela é que o padre, conhecendo o fiel, gostaria de ter um diálogo com ele e ele não entendeu.
    Portanto não houve qualquer dicriminação mas apenas um comportamento ditado pelo direito canônico.

    Um abraço

    DECIO GUERREIRO
  15. alogicadodireito

    alogicadodireito Em análise

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    A Igreja Católica como as outras igrejas, possuem liberdade em suas liturgias assegurada pela Constituição da República. Com toda certeza num caso como este deve prevalecer o bom senso. Já pararam para pensar, o porquê dos seguidores da igreja serem chamados de FIEIS?
    Pois bem, é pelo fato de que eles, a princípio, seguem fielmente as normas da igreja que frequêntam.
    Ninguém pode impor a sua ideologia a força no Brasil, porque aqui existe a liberdade de expressão, que protege tanto os homossexuais quando assumem sua opção sexual, quanto a
    Igreja Católica, enquanto pessoa jurídica, quando esta expressa a sua opinião sobre o que é pecado ou não.
    É verdade que um juiz pode determinar que um padre entregue a hóstia para alguém que ele considere um infiel, sob pena de multa e ou prisão; mas será que lá no céu vai ter oficial
    de justiça com mandando judicial arrombando a porta e determinando que Jesus coloque os bodes e as ovelhas no mesmo lugar?
    Acreditamos que em um Estado Democrático de Direito, tanto a liberdade de culto quanto a liberdade de expressão devem ser preservadas.
  16. Kamilly

    Kamilly Kamilly Cordeiro

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    Portanto Senhores, o padre está certo ao negar a comunhão ao cidadão, assim como ele negaria a comunhão a mim se me soubesse adultero ou mesmo homosexual. De acordo com a Bíblia isso é um pecado ja do antigo testamento. Lembremos Sodoma e Gomorra. Concluindo, Não é a Constituição, ou as Lei terrenas que regem a religião e sim seus dogmas, sejam as religiões quais forem. Deixemos de "viajar na maionese" e abracemos aquilo que acreditamos. Hoje o critianismo é composto por uma infinidade de religiões. A Liberdade do ser humano está no livre arbítrio daquilo em que ela acredita. Como diz o pastor (padre) da minha igreja, voce vai de São Paulo ao Rio de Janeiro da forma que escolher, de ônibus, de avião, a pé, assim como "vai ao ceu" ou à salvação, se acredita nela, pela religião que mais lhe convier.


    Hã?
    Peraí sodoma e gomorra? Zenti! O Estado brasileiro não é ao menos pseudo laico? Para que deixar na cara que se é intolerante e fundamentalista religioso? Vamos disfarçar, né!
    Só vejo nesse tipo de argumento preconceitos e ignorância disfarçados em discursos institucionalizados e sem nenhum embasamento científico ou mesmo lógico.
    Jesus caminhou entre os pecadores,ajudou uma prostituta, a tal da Maria Madalena , não foi? Estava lá entre eles, tendo contato direto, e não rejeitando-os, ou negando-os acesso a ele. Jesus não seria um ideal de perfeição cristão? Poderia o Padre ou o cara que gosta de Sodoma e Gomorra negar este acesso se na hierarquia são inferiores, ou não estão investidos dos poderes do clero, como preferirem, mas para mim dá no mesmo.
    Foram os judeus, seguindo as leis divinas as quais o senhor evoca, que são as do velho testamento, que mataram seu Jesus, o condenaram, colocaram-no como um falso profeta e um ser próximo ao demônio.
    E a antiga aliança que o seu Jesus fez com o povo de Israel?
    Sendo que a vinda de jesus iniciou uma nova aliança, com regras novas, entre as quais estariam essas de aceitação e convívio pacífico com os diferentes? "Amai-vos uns aos outros?" "Quem nunca pecou atire a primeira pedra?"
    Paulo, perverteu a doutrina de Jesus, dando origem às intolerâncias encontradas no novo testamento. Sodoma e Gomorra saiu da mente esquizofrênica e homofóbica do Paulo.
    A igreja e suas doutrinas estão baseadas na teologia de Paulo, e não nos ensinamentos de Jesus.
    E eu coloco em xeque a autoridade de qualquer instituição de se colocar como falando em nome de Deus.
    Deus não tem como filhos todos os seres humanos sem distinção, porque, me diz, porque excluiria alguém por opção sexual? Por que em um livro escrito pelo homem fala que é pecado? Sodomia? Por que o padre quer? Ou porque o pastor pregou?

    Meu amigo, então ou deus é fácil sugestionável ou o senhor interpretou mal as premissas do cristianismo. Pesquise essas fontes e diga-me se estou mentindo, e aí você escolhe se quer seguir esse dogmatismo vão da Instituição ou o que o anárquico cabeludo, o brother Jesus o Cristo, pregou.
    Amplexos!
  17. Kamilly

    Kamilly Kamilly Cordeiro

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    http://www.youtube.com/watch?v=vBd0O0bqYjk

    Só para ratificar o que disse, está aí um vídeo com algumas das estatísticas que Paulo escreveu.
    =)

    e aqui está a opinião de alguém que sabe das coisas
    http://www.youtube.com/watch?v=dSrT2hnbSVs&feature=related
    alogicadodireito curtiu isso.
  18. alogicadodireito

    alogicadodireito Em análise

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    Clique aqui e assista o debate sobre homofobia

    A polêmica do PL 122/2006 foi o assunto do debate entre o pastorSilas Malafaia e a ex-deputada Iara Bernardes, autora do projeto,

    -ASSISTA COMO FOI O DEBATE…


    debateram sobre apossível aprovação dessa lei que sanciona como crime qualquer ação, opinião oucrítica que venha a ser interpretada como discriminação ou preconceito quantoao homossexualismo.

    Na oportunidade, o pastor Silas explicou as razões de a igrejaevangélica se posicionar contra esse projeto de lei que, segundo ele, além deferir a Constituição Federal, traz sérios prejuízos à célula mater dasociedade, a família, bem como às convicções religiosas.

  19. Kamilly

    Kamilly Kamilly Cordeiro

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    Eu não gosto de pizza de banana
    Eu não gosto de pizza de banana. Portanto, eu simplesmente não como pizza de banana. Ponto. Eu não gasto meu tempo pensando em pizza de banana, não encho o saco de quem gosta de pizza de banana dizendo que pizza de banana é ruim e não tento organizar as pessoas que não gostam de pizza de banana para impedir por via legislativa que as pessoas que gostam de pizza de banana tenham os mesmos direitos que eu através de legislações discriminatórias, muito menos alego para fundamentar a pretensão de banir do do mundo a pizza de banana que pizza de banana é uma abominação porque consta nas escrituras sagradas do anti-banananismo que Deus não gosta de pizza de banana, até porque isso é irrelevante para quem não é anti-bananista.

    As igrejas cristãs não gostam da homossexualidade. Entretanto, ao invés de simplesmente não realizar casamentos religiosos entre pessoas do mesmo sexo, passam o tempo todo pensando nas relações entre pessoas do mesmo sexo, enchendo o saco de quem gosta de relações com pessoas do mesmo sexo, dizendo que relações com pessoas do mesmo sexo são ruins, tentando organizar as pessoas que não gostam (ou dizem não gostar) de relações entre pessoas do mesmo sexo para impedir por via legislativa que as pessoas que gostam de relações com pessoas do mesmo sexo tenham os mesmos direitos que as que não gostam (ou dizem não gostar) de relações entre pessoas do mesmo sexo, e alegam para fundamentar sua pretensão de banir do mundo as relações entre pessoas do mesmo sexo que relações entre pessoas do mesmo sexo são uma abominação porque consta nas escrituras sagradas do cristianismo que Deus não gosta de relações entre pessoas do mesmo sexo, mesmo isso sendo irrelevante para quem não é cristão.

    Eu gostaria de saber por que as igrejas cristãs são tão obcecadas pela b**** alheia.


    Ontem a Argentina aprovou uma lei que garante a gays e lésbicas a igualdade de direitos em relação a casais heterossexuais. Foi uma decisão histórica, que colocou a Argentina na vanguarda da América Latina na afirmação dos Direitos Humanos.
    Pois não é que uma (debilóide) juíza argentina disse hoje que “jamais realizará o casamento de casais homossexuais” porque foi “criada lendo a Bíblia”.

    As palavras dela foram estas:

    - Que me acusem do que quiser. Deus me diz uma coisa e eu vou obedecer com todo rigor, mesmo que custe meu posto, e mesmo que me custe a vida, porque primeiro está o que Deus me diz. Fui criada lendo a Bíblia e sei o que Deus pensa. Deus ama a todos, mas não aprova as coisas ruins que as pessoas fazem. E uma relação entre homossexuais é uma coisa ruim diante dos olhos de Deus.

    Dito de outro modo:

    - Que se dane a lei. Eu sou juíza mas não vou cumprir a lei porque minha crença religiosa vale mais que a lei e tem que ser imposta aos outros mesmo que eles não acreditem no mesmo que eu.

    Isso é o que o cristianismo faz com a cabeça de muita gente. Todo o cristianismo, porque a única coisa para a qual os católicos e os evangélicos se unem é para discriminar, humilhar e ofender os gays e as lésbicas, além de fazer todo o possível para impedir que estes cidadãos e cidadãs conquistem isonomia de direitos com os cidadãos e cidadãs heterossexuais.

    Interesantemente, se perguntadas a respeito da sharia e da obrigatoriedade do hijab ou da proibição ao estudo para as mulheres, estas mesmas pessoas diriam que se trata de um absurdo e que o Estado nos países islâmicos não deveria permitir que a religião impusesse um código de vestimenta nem impedisse que as mulheres estudassem, porque Direitos Humanos, blá-blá-blá, dignidade das pessoas, blá-blá-blá, Estado laico, blá-blá-blá, etc. e tal. Dois pesos, duas medidas.

    O que essa juíza fez – e que será apoiado por muitos (debilóides) fundamentalistas religiosos – foi o seguinte: no Livro do Levítico, mais especificamente em Levítico 18,22, “Deus” declara que é abominação “deitar homem com homem”, portanto a juíza temente a “Deus” declarou que jamais casará dois homens entre si.
    Pelo mesmo raciocínio, essa juíza poderia negar-se a cumprir as leis contra o trabalho escravo, pois no mesmo Livro do Levítico, mais especificamente em Levítico 25, 44-46, existe expressa permissão de “Deus” para se ter e negociar escravos. Como é que uma juíza temente a “Deus” haveria de punir aquilo que “Deus” permite expressamente?
    “Ah, mas é diferente!”

    Sim, claro, sempre é diferente. Sempre há uma explicação furada para justificar o injustificável. Sempre há uma longa exegese para fundamentar o fato que “isso aqui vale, aqui ali não vale”, apesar de ambos os preceitos – entre muitas outras aberrações – estarem claramente expressos no mesmo livro da Bíblia.

    O que é realmente absurdo, entretanto, não é que haja quem acredite que Deus fala através de um livro, de profetas ou seja lá como for, mas que essas pessoas tentem impor aos outros aquilo em que acreditam quando elas mesmas não cumprem aquilo que está escrito no seu livro sagrado, ou dito pelo seu profeta, ou seja lá o modo como acham que Deus se manifesta.

    Se todo mundo que se diz cristão cumprisse os preceitos do Antigo Testamento, o mundo seria um inferno e teríamos que promover guerras para proteger as pessoas de serem assassinadas por apedrejamento por trabalhar aos sábados.

    Se todo mundo que se diz cristão cumprisse os preceitos do Novo Testamento, o mundo seria um paraíso e poderíamos viver tranqüilos porque todos estariam ajudando ativamente o próximo como manda a Parábola do Bom Samaritano.

    A verdade é que todas as vertentes do cristianismo fazem uma leituraself-service da Bíblia, absolutamente parcial, sem nenhum compromisso com a totalidade do que dizem considerar “a Palavra de Deus”.

    E todas as igrejas cristãs continuam obcecadas com a bunda dos gays ao invés de cuidarem do próprio (r***) rebanho.

    retirado de: http://www.orkut.com.br/Main#CommMsgs?cmm=29181&tid=5497473132888141654&na=1&nst=1
    acesso às 22 hs 28 min do dia 24 de junho de 2010
    tiagod e Fernando Zimmermann curtiram isso.
  20. DeFarias

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    Um texto generalista e que só serve pra criar polêmica. Vivemos em uma democracia, em que, por natureza, há divergência sobre tudo. E essa divergência tem de se dar de modo civilizado. O que quero dizer com isso? Bem, se você não é cristão e é uma pessoa liberal etc, que lhe importa em que crê um cristão, ora! Deixe-os pensar o que quiserem, em paz. Ou só vale a liberdade de um lado só? Quer dizer que eu posso pensar o que quiser, desde que eu não seja um caretão, conservador? E daí se eles tentam transformar em lei o que pensam. Não fazem o mesmo os movimentos de homossexuais? Antes de tudo, é uma disputa de valores. E os que se dizem tolerantes nem sempre o são.

    Divergir é do jogo. Pense nisso.
    Fernando Zimmermann curtiu isso.
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