Problemas Com Advogado Da Parte Contrário

Problemas com advogado da parte contrária
Boa tarde Doutores,
estou com uma situação muito complicada e realmente não sei como lidar.
Minha sócia estava atuando no divórcio da Tia, que no inicio era consensual, passando para litigioso por questões patrimoniais. Ocorre que a advogada da parte contrária tem um relacionamento amoroso com este. Até esse ponto, não considerava isso um problema, até porque não vinha atuando no processo. Porém, essa advogada começou a enviar e-mails, mensagens, tornando a vida da minha sócia um inferno, dizendo que ela era parcial por ser sobrinha da parte e etc, enviando mensagens acerca até mesmo do desempenho sexual do cliente dela (!!!). Minha sócia não aguentou a pressão, passando a causa para que eu ficasse de frente e tentasse compor com a parte. De início os contatos foram bastante cordeais, e passei para ela uma proposta de acordo para que pudéssemos afastar o litigio e resolver o divórcio. Após as primeiras propostas de acordo, a advogada tomou uma postura rude, dizendo que eu era imparcial e que estava querendo prejudicar o cliente dela a qualquer custo. Depois a mesma ficou me passando diversos e-mails dizendo que eu não queria compor acordo com ela, que era melhor eu abandonar a causa pois eu estava prejudicando minha cliente e outras coisas infundadas. Por fim, no processo de divórcio o juiz convenceu a advogada a aceitar a proposta de acordo que apresentamos, pois era bastante razoável. Após isso, se iniciou a questão da pensão alimentícia. Após a audiência, no corredor do fórum, minha cliente fez um comentário para o ex-esposo, o que descompensou a advogada, que parou na minha frente e aos berros disse que eu tinha que segurar minha cliente, que eu não sabia fazer meu trabalho, que a minha cliente estava ofendendo ela. Eu disse que se houve alguma ofensa (que eu realmente não ouvi) que ela procurasse a delegacia. Mandei minha cliente ficar quieta e saí. Depois ela me mandou e-mails dizendo que iria processar a mim e a minha cliente e etc. Na segunda audiência a juíza solicitou que as filhas do casal fossem arroladas, já que na oferta de alimentos feita pela parte contrária, as mesmas não foram arroladas, remarcando a audiência.Depois disso, ela mandou outro e-mail (durante o carnaval) falando que eu tinha uma postura inaceitável, que iria me representar na OAB e etc, pq EU (!) deveria ter levado as filhas do casal, que eu fiz ela perder o tempo dela. 
Desculpem o desabafo, mas a questão é, por mais que eu não esteja mais respondendo os e-mails que estão sendo enviados e continuo na causa, fazendo meu trabalho, gostaria de saber o que eu posso fazer quanto essa situação. Pois não gostaria de levar isso a frente, mas é algo que já esta me irritando extremamente.
Agradeço aos Doutores que possam me dar uma luz ou que já passaram por uma situação assim e possam me dizer qual a melhor postura.

Prezada colega,boa tarde.

Realmente é um caso delicado e requer bastante ponderação para não perder a postura.
Creio que essa advogada tenha percebido sua postura (provavelmente mansa, educada e aversa a conflitos), e esteja fazendo uso disso afim de desestabilizá-la emocionalmente. Realmente é uma situação pela qual jamais passei...
Entretanto, o que ela ameaçou fazer (fazer uma reclamação junto à OAB) poderá ser também feito pela senhora, afinal há diversos e-mails comprovando as atitudes dela.
Tente fazê-a entender que estas atitudes não irão ajudar em nada e não irão intimidá-la quanto ao processo em curso.
Por fim, se mesmo assim ela continuar insistindo em amedrontá-la, creio que vale a pena conversar diretamente com o(a) juiz(a) da vara e pedir que este(a) intervenha para que o processo tenha um andamento normal.
Infelizmente não consigo dizer nada além disso...

Cordialmente.

Muito Obrigada Dr.
Realmente é uma situação muito peculiar.

Boa tarde doutora:
Já considerou a possibilidade de fazer uma representação na OAB, instruída com cópias dos email recebidos?

Dra. Silvia Campos;


Preclara doutora, pelas suas colocações"parece" que sois bem ponderada.

Portanto, nada de perder as " estribeiras".

Se tem as cópias das mensagens via ""correio eletrônico"", basta juntálos em representação à comissão de ética.

boa sorte!!


afetuosamente;

Além do que os colegas disseram, que deve ser feito o mais breve possível, sugiro que a Dra. converse e demonstre pessoalmente toda a situação ao presidente da OAB da subseção onde a Dra. está inscrita. Ele poderá chamá-la e dar-lhe uma advertência verbal que poderá fazer cessar as amolações.
Concomitantemente, a Dra. deve enviar notificação, seja por e-mail, carta ou cartório, informando a advogada da parte adversa, que devido a explicita ligação emocional que ela tem com o caso, tornou-se impossível tratar com a mesma de forma civilizada, sendo assim, requeira que os contatos profissionais sobre o caso pessoalmente, por telefone ou qualquer outro meio sejam cessados, restringindo-se tais contatos exclusivamente aos autos ou em audiências.
No mais, afirme a sua posição de manter-se firme na defesa dos interesses de seu cliente de forma ética e imparcial.

Por fim, digo a Dra. para não deixar se abalar pela outra "colega", pois infelizmente no curso de Direito, a ética não é uma matéria que se possa aprender, ainda que seja intrínseca ao tema, pois ela está sem dúvida ligada ao caráter de cada um. E isso vem da alma e do berço. Não ceda. Entendo que agora mais do que nunca a senhora deve "brigar" juridicamente pelos direitos da sua cliente.
Atte.

Obrigada pelo auxílio de todos. Acredito que a melhor forma será recorrer ao Conselho de Ética da OAB.
Att.

Pois é, pois é !!!

Sinceramente, esqueceria qualquer acordo e partiria para o litigioso duma vez por todas e, neste contexto, não estaria sendo mais necessário qualquer contato seja com a parte adversa seja com a sua advogada !!!

E, em relação com tais assédios desta advogada da parte adversa, iria me cercando com as testemunhas eventualmente por perto além dali estar a se arquivar todos os seus correios eletrônicos, etc !!! ... Sendo que não responderia à qualquer destes contatos e nem trataria pessoalmente com esta advogada fora do recinto da sala das audiências !!!

Inclusive, cientificaria a minha cliente acerca desta minha atitude e a indagaria se a mesma estaria, ou não, de acordo em estar a se prosseguir com a minha pessoa nesta sua causa !!!

Mais oportunamente, se fosse o caso, estaria ponderando a possibilidade dali estar a se acionar esta advogada junto do Poder Judiciário tanto no âmbito cível (os danos morais, etc) quanto no âmbito criminal !!! ... E sem se esquecer da sua representação junto da OAB também !!!

Ou seja, iria dar muita corda para que a mesma viesse a se enforcar com ela, isto sim !!!

Enfim, é isto !!!

Obrigada Dr.! Realmente as atitudes extrapolaram o tolerável.