1. Tiago Valim Membro Pleno

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    Caros e caras colegas,

    Um empregado que recebe alta do INSS (benefício 31) e retorna ao trabalho, porém, alega que a causa incapacitante se mantem, afastando-o novamente do trabalho por força de atestado médico. O empregado maneja ação de restabelecimento de benefício previdenciário e durante esse tempo se mantem afastado. Supomos que perca o processo e se verifique que a incapacidade não existiu, naquele período. A empresa possui obrigação de realizar o pagamento de alguma verba salarial, depósito de FGTS e considerar esse período para fins de concessão de férias?
  2. ChristianeM Membro Pleno

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    Esse é famoso limbo jurídico... Vou colar decisão recente do TST, condenando o empregador a arcar com os salários:

    Construtora é condenada por deixar pedreiro sem salário após alta previdenciária
    RR-2690-72.2015.5.12.0048
    (Ter, 21 Mar 2017 07:01:00)
    A Quarta Turma do Tribunal Superior do Trabalho rejeitou recurso da Salver Construtora e Incorporadora Ltda., de Ituporanga (SC), contra condenação ao pagamento de salários a um pedreiro pelo período em que o médico da empresa o considerou inapto para o trabalho, apesar de ter recebido alta previdenciária. Nesse chamado “limbo jurídico”, em que deixou de receber o benefício previdenciário e também não voltou a receber salários, o profissional ficou sem remuneração.

    Após usufruir do auxílio-doença durante cerca de um mês em 2014, o pedreiro teve alta, mas a empresa não o aceitou de volta nem extinguiu o contrato. Ele buscou, por meio de ação na Justiça Federal, reverter a decisão do INSS e aguardava a determinação de realização de perícia médica, e, em reclamação trabalhista, pediu a reintegração ao emprego ou o pagamento dos salários. Em sua defesa, a Salver alegou que o pedreiro está inapto para o trabalho, e admiti-lo de volta seria “irresponsável e imprudente”.

    A 2ª Vara do Trabalho de Rio do Sul (SC) rejeitou o pedido, mas o Tribunal Regional do Trabalho da 12ª Região (SC) entendeu que o empregador deve responder pelos salários até que seja restabelecida a normalidade da relação de emprego ou até que seja oficialmente afastado pela Previdência Social. Conforme o TRT, o contrato de trabalho fica suspenso durante o auxílio-doença, mas, findo o período, cada parte deve cumprir suas obrigações: “o trabalhador de prestar serviços, e o empregador de pagar salários”.

    O Regional assinalou também que apenas os peritos do INSS têm competência legal para emitir parecer sobre a capacidade de trabalho para fins previdenciários, e, embora a empresa tenha o dever de observar medidas e normas que visem a preservar a integridade física e a saúde do empregado, não pode privar o trabalhador do seu direito a receber salário.

    No recurso ao TST, a construtora sustentou que a inaptidão para o trabalho foi declarada por seu perito médico e se confirmou diante do ajuizamento da ação contra o INSS.

    A relatora, ministra Maria de Assis Calsing, destacou diversos precedentes do TST no sentido de que, sendo incerta a aptidão do empregado para o exercício de suas funções, cabe ao empregador realocá-lo em atividade compatível com suas limitações físicas, e não somente negar o seu retorno ao trabalho. “O entendimento predominante no âmbito da Corte é de que a responsabilidade pelo pagamento dos salários é do empregador”, concluiu.

    A decisão foi unânime.

    (Lourdes Tavares/CF)

    Processo: RR-2690-72.2015.5.12.0048
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