Sonhos Possíveis

Sonhos possíveis

Brasileiro passou a se planejar e agora financia da faculdade à casa própria. Salário mínimo, valorizado, entra na pauta de reivindicações
Rio - O controle da inflação permitiu que o sistema bancário se organizasse melhor e deu origem à expansão do crédito. Isso garantiu que o brasileiro tivesse condições de se planejar e realizar sonhos reais: o eletrodoméstico em 24 vezes, o financiamento do carro zero em até oito anos, a casa própria em 30, a viagem ao exterior e a capacidade de garantir a faculdade dos filhos.

“Estamos nadando enquanto o mundo se afoga”, descreve o professor da PUC-Rio Luiz Roberto Cunha. “O extenso programa de transferência de renda iniciado por Fernando Henrique Cardoso e mantido por Lula trouxe ganhos para a população mais pobre. Após 30 anos de economia indexada, foi possível fazer planos, com uma economia em funcionamento”, analisa.

O salário mínimo finalmente superou a meta de US$ 100. Hoje, aos R$ 465, ultrapassou a barreira dos US$ 200. O mínimo virou padrão: aposentados e pensionistas do INSS reivindicam a volta de reajuste pelo piso nacional para todos os benefícios. Também pedem o fim do fator previdenciário, instrumento adotado por FH há 10 anos como parte da política de equilíbrio entre receita e despesa do governo — que reduziu em mais de 40% o valor das aposentadorias. Vítimas de planos econômicos anteriores, o grupo ainda cobra dívidas não pagas no Plano Real. Como os servidores públicos, até ganharam com o crédito consignado a juros mais baixos e prazos extensos, mas pedem salários compatíveis com o avanço da economia.

Fonte: O Dia, 29 de junho de 2009. Na base de dados do site www.endividado.com.br.